1º - Indague-o sobre o significado do que ele produziu, poupando seu inerte pensamento das sensações que sua arte sugere, do colorido de suas telas, das técnicas que ele usou, enquadrando na lógica banal e na ótica do mercado puramente comercial.
2º Se ele não trabalha, pergunte-o por que gasta seus míseros reais para produzir o que seu espirito sobeja, encorajando-o a trabalhar em algo formal, trivial, para entrar no jogo do ganha/compra e ser mais um no consumismo idiota.
3º Se ele trabalha em algo formal, diga-o que o que ele produz é ridículo, sem futuro algum, que não tem talento e que gasta seu "suado" dinheiro em materiais que, mais cedo ou mais tarde, servirão de lixo para enfeitar seu cesto, conseguindo assim, quebrantar a maior força que move o homem; "A vontade"
4º Se estiver presenciando o momento de sua criação, dê sugestões baseadas no seu belo mundo artístico, interrompendo-o. Corte rapidamente a conexão dele com sua inspiração, banindo de suas entranhas o esforço em fazer algo novo (pelo menos pra ele)
5º Se autodidata, diga que a formação acadêmica é a única forma de seu trabalho prestar, desconsiderando todo o conteúdo adquirido em pesquisas, vídeos, práticas, dicas, toques dos amigos, livros, revistas.
6º Se seu atelier é em casa, informe-o que suas "experiências" nunca sairão do seu porão.
7º Se o acompanha na compra dos seus materiais, faça as contas, sem ele perguntar, dos valores que ele podia economizar se não comprasse os tais materiais. Balance a cabeça em sinal negativo, insinuando que sua idiotice salta aos olhos.
8º Sempre relembre-o que "arte" é para vagabundos e drogados.
9º Cite exemplos de artistas que estiveram ou morreram na sarjeta e que o seu caminho está traçado com a mesma caneta.
10º Se o que ele produziu conseguiu ficar "bonitinho", nunca compre nada nem divulgue seu trabalho, nem no facebook, instagram, no seu blog, com seu panfleto, nem no boca a boca. Corra para as grandes lojas ou supermercados e adquira algo industrializado, feito às centenas, sem energia nem humanidade, visando apenas o preço baixo, porque desta forma o artistinha finalmente desistirá de exibir com o seu "talento ridículo"e se calará na cela do esquecimento que você o trancou.
A. Nilson
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